Rudolf Steiner, o fundador da Antroposofia, nasceu em 27 de fevereiro de 1861 em Kraljevec (então na Áustria, hoje na Croácia), onde cumpriu o ensino fundamental. Tendo desenvolvido grande interesse por assuntos humanísticos já na infância, foi no entanto aconselhado pelo pai a cursar a Escola Técnica de Viena, onde se licenciou em Ciências Exatas, acompanhando porém com entusiasmo, como ouvinte, aulas da área humanística. Seu desempenho acadêmico levou-o a ser convidado, em 1883, a editar os escritos científicos de Goethe na coleção Deutsche Nationalliteratur (Bibliografia Nacional Alemã). Foi nesse período que pôde desenvolver suas ideias sobre teoria do conhecimento, em contato com o pensamento do grande pesquisador – e não somente poeta – Goethe. Ali nasceu o assim chamado ‘goethianismo’ que impregnaria toda a sua metodologia em diversas áreas do conhecimento humano.
Em 1890 transferiu-se para Weimar, convidado a trabalhar no Arquivo Goethe-Schiller, onde desempenhou suas funções até 1897.
Em 1891 doutorou-se em Filosofia pela Universidade de Rostock, na Alemanha, e em 1894 lançou sua obra filosófica fundamental, A filosofia da liberdade. Em 1897 mudou-se para Berlim, onde assumiu a redação de uma importante revista literária, e em 1899 foi convidado a lecionar na Escola de Formação Cultural Para Trabalhadores, atividade que exerceu até 1904.
A partir de 1900, em virtude do interesse demonstrado por membros da Sociedade Teosófica por suas pesquisas espirituais, ligou-se a esta como palestrante e em 1902 como secretário-geral de sua Seção Alemã. Contudo, por exercer uma atuação independente, postulando a importância do Cristo na evolução humana, e por discordar de muitos aspectos doutrinários da Sociedade, em 1913 foi desligado da mesma e decidiu fundar a Sociedade Antroposófica, da qual passaram a fazer parte muitos de seus ouvintes de então. Iniciou nessa época a construção do edifício-sede da Antroposofia em Dornach, na Suíça, o qual, após inaugurado, foi incendiado criminosamente em 31 de dezembro de 1922. Não se deixando abater, Steiner iniciou no mesmo local a construção de um novo edifício, que até hoje sedia o movimento antroposófico mundial.
Steiner faleceu em Dornach em 1925, após intensa atividade como palestrante e pesquisador da realidade espiritual. Com os resultados de suas pesquisas e de suas próprias vivências culturais e espirituais, fez valiosas contribuições para inúmeras áreas do conhecimento e da atuação humana. Deixou uma imensa obra composta de 45 volumes escritos por ele e 354 volumes reproduzindo suas palestras em vários países da Europa; além disso, legou à posteridade o grande impulso para a realização prática de suas ideias em incontáveis instituições associativas, públicas e privadas que hoje existem em todos os continentes.